Acordo internacional para proteger cinco espécies de tubarão ameaçadas

10/05/2013 16:41

 

BANGCOC, 14 Mar 2013 (AFP) - A comunidade internacional confirmou nesta quinta-feira a regulação da comercialização de cinco espécies de tubarão em risco de extinção muito cobiçadas por suas barbatanas, apesar da oposição de vários países interessados em sua exploração pesqueira.

No último dia de reunião em Bangcoc, os 178 países membros da Convenção sobre o comércio internacional de espécies ameaçadas (Cites) confirmaram em sessão plenária a proteção do tubarão galha-branca oceânico, de três espécies de tubarão martelo, do tubarão sardo, assim como das raias manta.

'É claro que nos sentimos decepcionados', declarou à AFP Shingo Ota, da Agência japonesa da pesca. 'A pergunta é se a Cites é a mais habilitada (para decidir) ou se deveríamos confiar nas organizações pesqueiras', ressaltou.

Mas a decisão foi, sobretudo, celebrada pelos defensores do meio ambiente, que há anos pediam em vão uma maior proteção destes predadores oceânicos.

'É o dia mais importante para o oceano em 40 anos de história da Cites', se alegrou Susan Lieberman, da ONG Pew. 'É um momento histórico onde a ciência venceu a política', declarou Carlos Drews do Fundo Mundial para a Natureza (WWF).

Durante a conferência anterior, em 2010, propostas similares para proteger os tubarões, cujas barbatanas são vendidas a preço de ouro na Ásia, fracassaram por pouco.

Nesta ocasião, as cinco espécies foram inscritas no anexo II da Cites, que permite regular seu comércio para impedir sua superexploração.

Em 18 meses, os países exportadores terão que entregar autorizações de exportação para as cinco espécies, assegurando sempre sua sobrevivência, e caso contrário serão expostos a sanções.

Apenas alguns peixes, entre os quais há vários tubarões (grande tubarão branco, tubarão-baleia, tubarão-frade e peixe-serra), formavam parte das 35 mil espécies protegidas pela Convenção.

Cerca de 100 milhões de tubarões morrem todos os anos no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), que estima que 90% da população deste animal desapareceu no último século.

'Talvez seja um pouco tarde' para protegê-los, admitiu Steve Galster, diretor da ONG Freeland. 'Mas antes tarde do que nunca'. 'Agora, tudo dependerá da aplicação' das decisões (tomadas), acrescentou, pedindo que prossigam com os 'importantes progressos' na redução da demanda.

Pequim proibiu que a sopa de barbatana de tubarão seja servida nos banquetes de Estado. E famosos restaurantes de Hong Kong, primeiro mercado mundial neste setor, e de Cingapura retiraram esta sopa de seus cardápios.